KIRIMURÉ (BAÍA DE
TODOS OS SANTOS)
No começo do mundo, uma grande ave de plumas muito
brancas partiu de muito longe e, voando noites e dias sem parar, alcançou o
litoral de uma terra imensa onde, exausta da longa jornada, caiu morta. Suas longas e alvas asas, abertas no solo, transformaram-se em
praias brancas.
No lugar onde o
coração bateu na terra abriu-se uma grande e profunda depressão que as águas do
mar invadiram, e suas margens foram fecundadas pelo sangue da ave lendária.
Assim acreditavam os
senhores primitivos da terra – os Tupinambás – que teria nascido kirimuré, a
vasta baía de águas meigas e os seus Recôncavos, que o branco europeu depois
denominaria de Baía de Todos os Santos, (Lenda
índigena dos primórdios do povoamento do Brasil).
Mapa Antingo da Baía de Todos os Santos |
Maior baía do Brasil, com extensão de 1.052 km2 e
profundidade de 42 metros. Com 56 ilhas espalhadas, sendo a maior delas a Ilha
de Itaparica. Sua formação compõe uma espécie de ancoradouro natural, o que
logo despertou o interesse dos portugueses, que enxergaram aí um potencial para
a comunicação com a metrópole.
Cidade Baixa - Baía de Todos os Santps (web) |
No século XVI, o porto ali instalado tornou-se o
mais importante do Hemisfério Sul, servindo para o escoamento de produtos do
Brasil e toda América Latina. Era também a porta de entrada para os escravos,
chegados das diferentes regiões da África, para trabalharem nos engenhos de
açúcar do Recôncavo Baiano. Seu nome vem do fato de ter sido fundada no dia 1º
de novembro de 1501, dia de Todos os Santos, por Florentino Américo Vespúcio,
que em primeiro de novembro de 1501 entrou na ampla barra dessa baía, em uma
das seis naus da expedição exploratória de Gaspar de Lemos, o mesmo piloto da
nau mensageira.
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